A Empreendedora negra na área da estética: desafios e vitórias.

A Empreendedora negra na área da estética: desafios e vitórias.

09 de Março de 2022

A beleza é muito importante para qualquer indivíduo. Estar bem com a própria imagem é parte fundamental da construção positiva da identidade. Usar produtos cosméticos, maquiagem e procurar formas de autocuidado, para muitas pessoas, faz parte deste processo. O racismo é tão estruturado em nossa sociedade, que a população negra não encontra produtos específicos para seus tons de pele e tipos de cabelo. A alternativa para algumas mulheres negras é empreender, criando marcas que resolvem as suas necessidades estéticas específicas.

A luta por direitos das mulheres na atualidade se dá de maneira transversal e interseccional. Isto quer dizer, que diferentes mulheres têm necessidades diversas. Afinal, cada cultura traz normas de conduta, convivência e civilidade em que as mulheres vivem de formas distintas a partir do local onde crescem.O contexto é a parte chave para buscar a escuta específica para a transformação e melhora de vida de todas. É necessário então, que as grandes distribuidoras comecem a ouvir as empreendedoras negras que constituem forte representatividade neste grande grupo consumidor que não é atingido.

Segundo pesquisa levantada pela Avon em parceria com a consultoria Grimpa em 2021, 46% das negras e pardas desistem da compra de uma maquiagem por não encontrar o tom compatível com a sua pele. E cerca de 70% do total de mulheres negras entrevistadas estão insatisfeitas com o mercado da beleza.

Já o relatório do Sebrae sobre empreendedorismo negro de 2019, aponta que no Brasil 9,6 milhões de mulheres estão à frente de um negócio e que as negras representam metade desse número, cerca de 4,7 milhões. Elas são parcela expressiva da demanda consumidora e produtiva na área da beleza. O mercado deve se abrir para a entrada de seus produtos e serviços.

As dificuldades e falta de representatividade que as mulheres negras encontram no mercado de trabalho formal leva-as a ingressar no trabalho autônomo, olhando justamente para as necessidades que não são vistas até então. Este é o caso de Maria do Carmo Valério Nicolau, primeira mulher negra a lançar uma marca de maquiagem no Brasil. Ela foi fundadora da Mauene Cosméticos e por meio de improvisos e misturas para suprir a falta de produtos adequados, percebeu a necessidade de criar uma marca que falasse diretamente com mulheres negras. Ela já vivenciou situações de racismo nos salões de beleza, em que maquiadores se recusavam a maquiar pessoas negras porque sujariam seus pincéis. 

O mercado está mudando e é necessário transformar a mentalidade interna das empresas. Para além da construção do diálogo é imprescindível que haja políticas empresariais que contemplem as empresas lideradas por mulheres negras, já que são elas que mostram um crescente e potente núcleo de consumo no Brasil.


FONTE
Elle
Maria Claire
Revista Raça
Make da Cosméticos
 

 

 

 

 

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